O governo do Paraná divulgou ao mercado sua intenção de privatizar a Copel durante este ano, visando gerar recursos financeiros para o estado e transformar a empresa de energia em uma corporação. No entanto, agora está evidente que a Copel precisará de uma parcela primária significativa nessa transação. A magnitude dessa parcela ainda não foi especificada. Então, será que a Copel vai ser privatizada? Confira a seguir e entenda melhor sobre o que está acontecendo com a empresa.
Copel vai ser privatizada?
A renovação da concessão das três principais usinas hidrelétricas do portfólio exigirá um investimento de R$ 3,72 bilhões. O montante designado como bônus da outorga foi estabelecido pelos ministérios da Fazenda e de Minas e Energia, porém, ainda está sujeito à aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU).
A usina Foz do Areia, dentre as três usinas, é a que está mais próxima de ter sua concessão expirada, com término em 21 de dezembro de 2024. As outras duas usinas, Segredo e Salto Caxias, possuem contratos válidos até 2032 e 2033, respectivamente.
Em conjunto, essas três usinas possuem uma capacidade instalada de 4.176 MW, correspondendo a 62% da capacidade total da empresa. Caso haja a renovação das concessões, a Copel poderá mantê-las por até 30 anos. O valor da outorga deverá ser pago em um prazo de 20 dias após a assinatura do contrato.
A oferta não necessariamente incluiria apenas a parcela secundária necessária para a saída do governo, juntamente com uma parcela primária destinada ao pagamento da outorga. O governo do Paraná pode optar por vender uma parte das ações que possui, sem exercer seu direito de preferência como acionista.
Sendo assim, isso resultaria em uma maior diluição e realocação nas duas tranches, seguindo um modelo semelhante ao da privatização da Eletrobras, que foi realizada por meio de diluição acionária. O modelo para a oferta ainda está em discussão com os bancos.
Saiba quais são as ações do Governo:
Atualmente, o governo do Paraná detém aproximadamente 70% das ações da Copel, e a intenção é reduzir essa participação para cerca de 15% por meio da oferta. A empresa estatal está avaliada em R$ 18,8 bilhões. Além disso, o controlador informou ao mercado que conseguiu liberar as ações que estavam em garantia junto ao Itaú Unibanco.
Desse modos, isso possibilitará que essas ações sejam vendidas na oferta ao longo de 2024. A venda será feita através de uma oferta pública de ações, com o governo do Paraná se esforçando para assegurar que nenhum acionista possua mais de 10% das mesmas ações da empresa.
Após o anúncio, as ações da Copel apresentaram uma forte alta e com uma valorização de 22,07%, cotadas a R$ 8,74. No momento, o governo do Paraná possui 69,7% das ações com direito a voto na empresa. A intenção do governo liderado por Ratinho Júnior é reduzir essa participação para 10% das ações com direito a voto.
Esse modelo de empresa com um amplo número de acionistas é conhecido no mercado como “corporation”. Através dessa operação, o governo paranaense espera captar recursos financeiros que irão suprir as necessidades de investimento do estado do Paraná, além de valorizar as ações remanescentes detidas na Copel.
Privatização de outra estatal
O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior, anunciou que, após a privatização da Copel (CPLE6), a empresa de energia do estado, o próximo passo será avançar nos planos de privatização da Compagás, a companhia paranaense de gás.
Ratinho Júnior mencionou que o processo de privatização da Copel está progredindo bem e que eles têm a expectativa de lançar a oferta de ações da Copel na bolsa em outubro ou início de novembro. Essas declarações foram feitas durante o Brazil Investment Forum, um evento organizado pelo Bradesco BBI.
O governador Ratinho Júnior afirmou que a oferta de ações da Copel segue o modelo adotado na privatização da Eletrobras. Ele destacou que todas as aprovações necessárias foram concluídas no governo e que agora o Estado está avançando na parte técnica do processo.
Ratinho Júnior mencionou ainda que o governo estadual planeja lançar na bolsa, entre junho e julho, “a maior concessão de rodovias da América Latina”. Ele revelou que esse projeto é uma parceria com o governo federal, que está prestes a anunciar a concessão nos próximos meses. O governador ressaltou que o projeto abrange a concessão de 3.300 quilômetros de rodovias e representa um investimento de R$ 55 bilhões.
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