O desempenho trimestral da Magazine Luiza (MGLU3) surpreendeu negativamente aqueles que esperavam que a varejista começasse o ano com algum alívio e se beneficiasse da crise da Americanas (AMER3). No entanto, o resultado revelou um prejuízo líquido de R$ 391,2 milhões no período de janeiro a março, um dado bastante desfavorável em relação às expectativas do mercado. Por isso, Magazine Luiza vai fechar? acompanhe a seguir e descubra,
Magazine Luiza vai fechar? MGLU3 tem grande prejuízo em 2024
Apesar da Magazine Luiza ter prejuízo nesse início de ano e de ter fechado algumas unidades de vendas, ainda não tem nada certo de que a empresa irá fechar. Essas perdas divulgada pela empresa de varejo, indica um acréscimo de 143% de prejuízo em relação ao mesmo período do ano passado. No 1T22, o prejuízo do Magazine Luiza foi de R$ 161 milhões.
O balanço da varejista foi afetado principalmente pelo aumento das taxas de juros e a sazonalidade das despesas financeiras, o qual impacta o consumo e a inadimplência, além do repasse do Difal, que é a diferença nas alíquotas de ICMS em vendas interestaduais.
Esses fatores contribuíram significativamente para o resultado negativo apresentado pela empresa. Nos últimos 12 meses, a empresa encerrou um total de 175 pontos físicos, dos quais nove eram lojas, um era um centro de distribuição e o restante consistia em quiosques.
Durante o trimestre em questão, houve o fechamento de 37 quiosques, mas nenhuma loja foi encerrada. Os custos relacionados ao fechamento do centro de distribuição foram concentrados no primeiro trimestre do ano. De acordo com a empresa, esse fechamento em particular já estava planejado, uma vez que estava localizado muito próximo à unidade de Gravataí (RS).
Entenda o que diz o CFO da empresa sobre o caso:
De acordo com o CFO da empresa, Roberto Belissimo, a variação na área total de vendas do Magazine Luiza apresentou uma queda de menos de 1% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Ele explicou que essa diminuição foi atribuída aos quiosques com baixa produtividade e desempenho, a maioria dos quais eram parceiros da Lojas Marisa.
Belissimo também atribuiu o prejuízo, que superou as previsões de casas como XP, Itaú BBA e Santander, às despesas financeiras, que são “sazonais”. Nos primeiros meses do ano, a empresa antecipa recebíveis para ter acesso aos valores das vendas realizadas no final do ano. Além disso, a gestão da empresa optou por pagar a maioria dos fornecedores neste trimestre.
Conforme apontado em relatório pela XP, além dos altos juros, a antecipação acelerada de recebíveis de cartão de crédito também contribuiu para o aumento significativo das despesas financeiras da empresa. Os analistas destacam outro aspecto negativo, que é o aumento da inadimplência no LuizaCred.
Comparado ao trimestre anterior e ao ano anterior, a inadimplência acima de 90 dias registrou um aumento de 4 pontos percentuais em relação a 2022 e 0,4 ponto percentual em relação ao trimestre passado. A XP manteve sua recomendação neutra para o ativo, com um preço-alvo de R$ 5,00, o que representa um potencial de alta de 14,1% em relação ao fechamento anterior.
Veja qual foi a avaliação do Mercado:
Em outro relatório, a equipe do BTG Pactual comenta que os números mais fracos são atribuídos ao difícil momento pelo qual o comércio eletrônico está passando, devido a pressões macroeconômicas e uma demanda mais fraca. A equipe do BTG Pactual destaca que o Ebitda da Magazine Luiza foi impactado por um evento não-recorrente de R$ 124 milhões no primeiro trimestre, relacionado a uma reestruturação de despesas e provisões legais.
No que diz respeito ao LuizaCred, o BTG aponta um prejuízo líquido de R$ 35 milhões e aumento das despesas de intermediação (26%), impulsionadas por maiores provisões (15%) e aumento nos custos de financiamento (84%). Embora a empresa deva se beneficiar da migração gradual do volume bruto de mercadorias (GVM) da Americanas devido à sobreposição de categorias, o BTG Pactual faz a seguinte observação.
Levando em consideração, uma abordagem mais racional e o modelo de negócios multicanal atual, além dos possíveis cortes de juros no Brasil, ainda há ventos operacionais desfavoráveis após o resultado mais fraco do que o esperado. De acordo com os analistas, o desempenho futuro da MGLU3 dependerá significativamente do fluxo de caixa livre e da evolução da rentabilidade.
Apesar dos desafios, o banco mantém uma recomendação de compra para MGLU3, com um preço-alvo de R$ 7,00 nos próximos 12 meses, o que indica um potencial de valorização de 59,8%. Os investidores são encorajados a monitorar de perto esses indicadores para avaliar o progresso da empresa no futuro.
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