Estudo identificou as formas mais letais da doença. Conheça as formas de prevenção, os riscos e as alternativas de tratamento.
Estudo feito pelo Global Cancer Observatory e a International Agency For Research on Cancer, entidades associadas à Organização Mundial da Saúde (OMS), identificou os tipos de câncer mais letais. Na lista estão o de pâncreas, pulmão, vesícula, esôfago, fígado e cérebro. Após o diagnóstico do tumor maligno, a expectativa de vida é, em média, de cinco anos.
Apesar da gravidade, as enfermidades podem ser prevenidas com a adoção de cuidados no dia a dia. Para isso, as autoridades de saúde reforçam a importância do acesso à informação correta. Saber as formas de prevenção, os fatores de risco, os sintomas e as possibilidades de tratamento contribuem para evitar as doenças e, também, buscar ajuda médica se necessário.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), quando a doença é descoberta no estágio inicial, aumentam as chances de cura e, também, a qualidade de vida do paciente durante o tratamento.
Câncer de pâncreas
Segundo o Ministério da Saúde, o câncer de pâncreas mais comum é do tipo adenocarcinoma, que se origina no tecido glandular. Ele corresponde a 90% dos casos diagnosticados e costuma afetar o lado direito do órgão, parte que se encontra mais perto do primeiro segmento do intestino delgado.
Entre os sintomas característicos desse tipo de câncer estão a dor abdominal, a perda de peso, o vômito e a icterícia, condição em que a pele e os olhos ficam amarelados. O diagnóstico da doença é feito por meio de exame de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, seguido de ultrassonografia endoscópica.
Ainda conforme o Ministério da Saúde, os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pâncreas incluem tabagismo, pancreatite crônica e diabete de longa data. Não há uma forma precisa e comprovada para prevenir esse tumor, mas recomenda-se manter uma alimentação saudável, diminuir o consumo de bebidas alcoólicas e evitar o tabagismo.
O tratamento consiste na realização de cirurgia, que é capaz de curar o paciente, desde que o câncer não tenha se disseminado no organismo.
Câncer de pulmão
De acordo com os dados do Inca, o câncer do pulmão é o terceiro mais comum entre homens e o quarto em mulheres no Brasil. Os principais fatores de risco da doença são o tabagismo e a exposição passiva ao tabaco e aos agentes carcinogênicos no trabalho.
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 85% dos casos diagnosticados estão associados ao consumo de derivados do tabaco. Por isso, evitar o tabagismo é a principal medida para a prevenção de câncer de pulmão. Tosse, falta de ar, dor torácica, perda de peso, cansaço e presença de sangue no escarro são os sintomas mais comuns da doença.
O tratamento inclui cirurgia, quimioterapia e/ou radioterapia. O transplante pode ser considerado para pessoas que tiveram a doença isoladamente, em que o câncer não se espalhou para outras partes do corpo. Conforme os dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), em 2023 foram realizados 103 transplantes de pulmão.
No entanto, há casos em que pode ocorrer a rejeição do transplante. Nesse tipo de situação, os médicos podem utilizar fármacos denominados imunossupressores, que inibem o sistema imunológico e a capacidade do organismo de reconhecer e destruir as substâncias estranhas. O uso de imunossupressores aumenta a probabilidade de sobrevivência do órgão transplantado.
Câncer de vesícula
De acordo com o Ministério da Saúde, é o tipo de câncer que atinge a vesícula biliar, um órgão pequeno, ligado ao lado direito do fígado. O surgimento do tumor pode causar problemas intestinais, cólicas, intolerâncias alimentares, enjoos, vômitos frequentes, perda de peso, falta de apetite e febre.
O diagnóstico é difícil e, geralmente, tardio. Isso porque os sintomas surgem quando o paciente já está com o quadro avançado. Até o momento não há medidas específicas de prevenção, mas o Ministério da Saúde orienta manter um estilo de vida saudável e o atendimento médico regular, o que pode ajudar a detectar a doença em estágios iniciais.
Câncer de esôfago
O câncer de esôfago representa 2% de todos os tumores malignos, mas apesar de raro, o Ministério da Saúde aponta que ele está entre os mais letais. Entre os fatores de risco estão o tabagismo, o abuso de bebidas alcoólicas, a ingestão de alimentos excessivamente quentes, a obesidade, as lesões de longo prazo no esôfago e a exposição contínua a vapores químicos.
As pessoas com esse tipo de câncer geralmente apresentam dificuldade para engolir alimentos sólidos e líquidos, perda de peso, anemia e desidratação. O tratamento pode ser cirúrgico ou com sessões de quimioterapia e/ou radioterapia.
Câncer de fígado
Também conhecido como câncer hepático, é o tipo da doença que afeta as células e tecidos que formam o fígado, órgão que ajuda na digestão e na filtragem do sangue. Segundo o Ministério da Saúde, ainda não se sabe o que causa o tumor, mas há estudos que o associam com diabetes, consumo excessivo de álcool, quadros de cirrose crônica, hepatite B ou C e gordura no fígado.
Entre os sintomas mais comuns estão o aumento no tamanho do abdômen, dor abdominal, cansaço excessivo, fraqueza, fezes esbranquiçadas, palidez, perda de peso, febre e náuseas.
O tratamento envolve a retirada da lesão que acomete o órgão ou, até mesmo, a remoção completa, que costumeiramente é seguida por um transplante de fígado. Em alguns casos, também pode ser necessário a quimioterapia e/ou radioterapia.
Câncer de cérebro
O tumor cerebral pode ter sintomas que variam de pessoa para pessoa, dependendo da área afetada, conforme esclarece o Ministério da Saúde. No geral, os pacientes com essa condição relatam sentir dores de cabeça, convulsões, mudanças nas funções cognitivas, perda do equilíbrio, perda da audição, alterações na frequência respiratória e mudança na capacidade de sentir.
Os exames de imagem podem detectar os tumores cerebrais, mas, na maioria das vezes, é necessária uma biópsia para ter certeza do diagnóstico. O tratamento pode envolver cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou uma combinação dos três procedimentos.
Câncer de colo de útero
Apesar de não ter sido listado pelo levantamento feito pelo Global Cancer Observatory e a International Agency For Research on Cancer, o câncer de colo de útero também requer atenção. A doença é a quarta causa de morte de mulheres no Brasil, segundo informações do Ministério da Saúde.
Entre as principais causas do câncer de colo do útero está a infecção por vírus HPV. Fatores como início precoce da atividade sexual, diversidade de parceiros, tabagismo e má higiene podem facilitar a infecção.
Esse tipo de câncer demora alguns anos para se desenvolver, mas o diagnóstico é feito em exames preventivos no ginecologista. Conforme a doença avança, as mulheres podem sentir dores, sangramento vaginal e notar a presença de corrimentos.
O Ministério da Saúde aponta a vacinação contra o HPV, o uso de preservativo durante as atividades sexuais e não fumar como os principais métodos de prevenção.
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